Faço de antemão um apelo: NÃO LEIA ESTA COLUNA. Ela não tem nada a acrescentar em sua vida… e o tempo voa… e como voa! É preciso NÃO PERDER TEMPO! Ademais, guardei o quanto pude este meu segredo – que por medo de morrer em segundos, resolvi pagar o preço do vexame – afinal quem tem vergonha não se declara à vida, vive pelas metades, como se a contrição fosse o sacrifício ável para manter as aparências…

Confissões:
Confesso que sou apaixonado por Tina Turner, Roberto Carlos, Julio Iglesias, Airton Senna, ABBA, Rolando Boldrin, Beatles, Gabriel Garcia Marques, Cora Coralina e tantos outros da minha juventude… Isso, isso mesmo, sou apaixonado por comidas requentadas – afinal qual frescor minha alma pode experimentar? Esse barulho enviesado feito para mascarar a letra inaudível e sem cadência? OMG… recuso-me a ter que separar notas repetitivas sem sentido…
Confesso que sou apaixonado pelo perrengue entre a Arena e o MDB, ao menos havia uma escolha… não esta sensação tresloucada e burra de estar escolhendo a mesma coisa entre boi e crustáceo. Poupe-me a desgraça do desarranjo, não nasci para ser massa de manobra, tampouco para crer em pluralidade que finge ser a última bolacha do pacote…
Confesso que Deus está em toda parte, até mesmo no banheiro – é tão humano que entende minhas lamúrias… não nesses milhões de templos que exigem sacrifícios, principalmente financeiros… sem falar daquelas portinhas que tomam a bíblia como bula de remédio para todos os males…
Confesso que minha amizade é de verdade, gosta de abraços, chamegos e não se recusa a beijos sinceros… não escolhe classes – em alguns casos é até mesmo sem charme, parruda, ingênua, mas nunca fingida, jamais vê a conta bancária ou o “status quo” – é amizade e pronto! Sequer se sente decepcionada quando recebe porrada na cara por ter acreditado demasiadamente no “ser humano” …
Confesso que só enxergo GENTE… não tem esta de dar mais valor a heterossexual, homossexual, bissexual, assexual, pansexual ou todos “…ssexuais” que se pode combinar – comigo é GENTE e pronto…
Confesso que não sou santo – “afaste de mim este cálice pai” … santo na melhor das hipóteses é um lobo vestindo pele de cordeiro. O mais perto que acredito em “santidade” é o que bem disse Madre Teresa de Calcutá: “Ser santo é fazer as pequenas coisas com um grande amor”…
Confesso que acredito no perdão – eu mesmo vivo me perdoando todos os dias. Hoje mesmo já me perdoei por julgar os trocentos cachorros que meu vizinho mantém no apartamento – uma doideirada só, mas o tal senhor é de uma “finesse” que não encontrei nos bacanas que desfilam de “Prometeu” – quiçá aprendeu mais com os latidos dos bichinhos que com o ser humano… isso cada vez mais me parece menos duvidoso…
Enfim, sou apaixonado por VELHARIAS, não no seu sentido odioso de ultraado, mas no substantivo feminino que evoca o tempo em que as coisas faziam sentido… aquele tempo que o amor não precisava de uma segunda palavra para ter significado… Ah, o AMOR era um sentimento que se via em ações… Ah, o AMOR não tinha segundas intenções…