Por que o que começa com um brilho nos olhos, uma inquietude avassaladora, cada vez mais termina com um raio flamejante de dor e muitas vezes manchado de sangue?
Eu não havia nascido, quando em 1966 a mais bela música sobre o amor ecoava mundo afora, “Dio como Ti amo” na voz de Gigliola Cinquetti. Na parte mais profunda e sentimental da letra, ela diz:
“Um sentimento querido
Um sentimento verdadeiro
Quem pode parar um rio
Que vai de encontro ao mar?”
Nunca esqueci estes versos e na verdade minha vida é impregnada deles: “Quem pode parar um rio que vai de encontro ao mar?” O amor é assim, não importa qual seja o obstáculo, ele sempre procura um caminho em direção à sua liberdade… e nós vivemos sempre parados querendo mergulhar na correnteza do que já ou ou como bem disse Heráclito: “Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.”
Por que então insistimos em mergulhar sempre no mesmo amor… se o amor de “ontem” já não está mais no “hoje”?.
Freddie Mercury em “Who Wants To Live Forever” (Quem quer viver para sempre), a certa altura faz duas perguntas fundamentais para o entendimento da nossa relação com o amor:
“Quem ousa amar para SEMPRE?”
“Quem quer viver para SEMPRE">
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