As eleições de Guarapari trouxeram um resultado que não surpreendeu os atentos observadores. As urnas apenas confirmaram o que as ruas já sussurravam.
Rodrigo Borges, na corrida eleitoral, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar. Mas, caros leitores, não nos enganemos: todos que participaram deste pleito são vencedores. Afinal, exerceram a liberdade democrática.
Todos? Bem, quase todos. Há um perdedor oculto nessa história: o Ego. Esse monarca dos bastidores, acostumado a distribuir pão e circo, viu seu reinado desmoronar qual castelo de areia na maré alta.

Por anos, o Ego governou com projetos mirabolantes que brotavam como coqueiros em areia fértil e uma alergia ao diálogo tão forte quanto o sol do meio-dia. “Era como se um Luís XIV tupiniquim tivesse reencarnado para decretar ‘Guarapari, c’est moi!’. Mal sabia ele que o povo estava prestes a responder com um sonoro ‘Não, mon ami, Guarapari somos nós!'”
Parabéns, Rodrigo! Hoje você é o vencedor, fruto de sua presença nas causas populares. Mas lembre-se: a vitória real só virá ao fim do mandato. Mantenha os pés na areia e os ouvidos abertos. O diálogo é seu salva-vidas; o Ego, uma perigosa correnteza. Continue aberto ao povo. Não se coloque acima da vontade popular, ou poderá terminar como nosso amigo caído – o PERDEDOR OCULTO!
Como publicitário experiente em eleições, afirmo: política se analisa com pragmatismo, não emoções. Quem se surpreendeu ouviu o eco dos gabinetes, não o barulho das ondas nas ruas.
A maré mudou, e com ela, as areias do poder se moveram. O Ego, derrotado, retira-se para lamber suas feridas. Mas cuidado: estará à espreita, sonhando com o retorno. Cabe a nós, cidadãos, mantermos os olhos abertos e os ouvidos atentos, para que a voz popular supere os sussurros egóicos nos corredores do poder.