Ednaldo Rodrigues não está mais no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foi o que determinou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) na última quinta-feira, que afastou o presidente e nomeou o vice, Fernando Sarney, como interventor. A decisão tem como pretexto uma possível irregularidade na de Antônio Carlos Nunes de Lima, antigo presidente da entidade.
As disputas envolvendo o mandato do agora ex-presidente se iniciaram em dezembro de 2023, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou a eleição de Ednaldo por suspeitar de irregularidades. A corte entendeu, na época, que os representantes do órgão responsável pela eleição do então presidente não tinham legitimidade para alterar as regras eleitorais da CBF.

Porém, em janeiro do ano seguinte, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão que impedia o mandato de Ednaldo e concedeu uma liminar que o reconduziu ao comando da entidade.
Entenda o caso
A suposta fraude envolve o documento que validava o chamado “ato de manutenção da presidência”, assinado por dirigentes da CBF e responsável por garantir o mandato de Ednaldo após as disputas judiciais daquele ano.
Segundo laudo pericial, a de Nunes nesse documento pode ser falsa. O ex-dirigente, diagnosticado com um tumor cerebral em 2018, apresentaria comprometimento cognitivo, o que colocaria em dúvida sua capacidade de documentos legais.

As disputas sobre a validade de sua eleição acabaram, quando em janeiro de 2025, dirigentes da CBF assinam um acordo que reconhece a vitória de Ednaldo no pleito. A eleição, que foi antecipada, deu vitória por unânimidade para o ex-presidente. um laudo pericial indica que a de Carlos Nunes, no documento que validava a sua eleição de 2022, pode ter sido falsificada.
Nesta quinta-feira (15/05) uma decisão tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro do TJ-RJ determina novamente o afastamento de Ednaldo da presidência da CBF, considerando inválido o acordo que sustentava sua reeleição. Agora, Fernando Sarney terá a missão de liderar interinamente a entidade responsável pela seleção mais vitoriosa do planeta até que sejam convocadas novas eleições, que decidirão quem assumirá de forma efetiva o posto de presidente.