Os moradores do distrito de Todos os Santos, na zona rural de Guarapari, vêm sofrendo desde janeiro com a falta de um médico para atender a comunidade. Na tentativa de ajudar os residentes da região, o vereador Clebinho Brambati protocolou um ofício na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) solicitando um profissional, mas, até hoje, a população continua desassistida no local.
No documento enviado para a Semsa no dia 27 de janeiro, o vereador pedia a disponibilização de um médico para a comunidade, já que o distrito fica a mais de 50 km da sede do município. “Parece que Todos os Santos não está no mapa de Guarapari. A região ainda não sabe o que é atendimento médico nesta nova gestão. Os moradores estão decepcionados e se sentindo abandonados”, ressalta Clebinho.

O parlamentar ainda afirma que os idosos da região não foram vacinados contra a febre amarela, porque não há médico para emitir o laudo: “As pessoas estão indo até os municípios vizinhos e tendo que pagar consultas particulares, mas a saúde pública é um direito de todos nós que pagamos impostos”, diz.
No dia 08 de março, a Semsa enviou uma resposta ao ofício de Clebinho: o documento informava que o médico designado a atuar em Todos os Santos estava afastado por motivos de doença e não havia outro profissional para substituí-lo, sendo necessário aguardar êxito no chamamento do Concurso Público.

“Já se aram quase três meses desde a resposta e nada mudou. O médico não foi substituído e a população continua desamparada. Estou muito chateado com essa situação. Vejo as dificuldades dessa parte da população e cobro providências desde o mês de janeiro”, desabafa.
Outro lado
Em nota, a Prefeitura de Guarapari, por meio da Secretaria de Saúde, afirmou que “tem buscado todas as formas legais previstas para o atendimento da região de Todos os Santos. Sendo que recentemente foram realizadas três chamadas de profissionais médicos, aprovados no Concurso Público, entretanto, nenhum dos profissionais teve interesse em assumir o cargo”.
De acordo com o órgão, sem mais aprovados no concurso para convocação, o município tentou a contratação por meio do Consórcio Público, uma vez que já há programação de vagas para o território. Mesmo com o município colocando um veículo à disposição para a locomoção, os profissionais alegam que a distância é o empecilho para não assumirem o cargo.
“A Secretaria de Saúde está realizando contatos com profissionais médicos em Marechal Floriano que possam atender o território por meio do Consórcio Público. Dois profissionais já foram ados e o município aguarda retorno da proposta. Na impossibilidade será verificado junto ao Ministério Público a liberação para que o município realize Processo Seletivo Simplificado”, explica a nota.
Sobre a vacinação contra a febre amarela, a Semsa disse que na primeira etapa da campanha o Ministério da Saúde exigia laudo médico, que, na época, foi emitido pelo médico na unidade de Todos os Santos. Na atual e segunda etapa, o Ministério da Saúde liberou a vacinação para todos os usuários do sistema de saúde, sem a exigência do laudo médico. “Hoje é necessário apenas que o morador compareça a unidade de saúde e preencha o questionário avaliativo, disponível com os profissionais da Estratégia Saúde da Família na unidade de Todos os Santos”.