Uns amigos tentam um empréstimo bancário e fracassam. Diante disto, planejam um sequestro que terá um custo financeiro. Para cobrir esse custo, resolvem praticar um assalto. Ocorre que depois do plano realizado, começam as tensões ficando por um fio a amizade e o próprio plano.
É assim o filme jogada de mestre. É na derrota que surge um grande plano, contudo, ele tem um custo e no final, o próprio plano pode não dar certo quando se precisa satisfazer um grupo de aliados. Recentemente o presidente da Câmara se viu num xeque-mate. Ser ou não ser! Se queria ser deputado não poderia ser presidente da câmara, cobrou o seu grupo, onde alguns também querem a cadeira de presidente, como já informado pelo Portal 27.
Como ao presidente cabe a decisão de marcar a eleição, os colegas do grupo fizeram pressão pela definição. Sabia o presidente que se fizesse a eleição agora, poderia ver seu projeto futuro de deputado naufragar, pois, todos sabem que em grupo político não se dá o poder total a um só membro, senão todos serão engolidos, agora ou a posteriori. Além do mais, quanto mais forte o líder do grupo, menor o poder político dos demais, deixando-os como meros espectadores das jogadas políticas que se avizinham.
Pressionado, o presidente contra-atacou, marcou a data da eleição para presidente para depois das eleições gerais nacionais, assim, ele satisfez a vontade do seu grupo político (que apoiou o ato), e lhe deu a oportunidade de continuar a ser presidente, independente de vencer ou não as eleições para deputado. Como? Aplicando a jogada de mestre! Se as eleições fossem agora, ele poderia perder, já que é candidato a deputado e ele não poderia declarar sua vontade de ter o total poder em suas mãos.
Se ficasse a dúvida da data da eleição poderia ser pior, já que os aliados confiam no santo, mas não deixam de rezar diariamente, só pra garantir, afinal, em política cujo projeto de poder é longínquo, não dá muito pra acreditar em milagres. Diante disto, resolveu publicar o Edital com a data da eleição pra presidente para o final do ano, ou seja, para depois das eleições gerais. Essa foi a jogada de mestre!
Se o vereador presidente se tornar deputado, certamente fará o presidente da câmara, afinal, terá em suas mãos um poder de negociação ainda maior, principalmente, ao se juntar ao poder do executivo municipal. Com isto, a oposição será atropelada. Se o vereador presidente perder a eleição para deputado, virá para a candidatura à reeleição da presidência da casa de leis ainda mais forte, pois com a votação que terá nas urnas, terá muito mais força política, já que ninguém acredita que ele terá menos de oito mil votos.
Com isto, ganhando ou perdendo as eleições para deputado, o atual presidente poderá continuar a mandar na Câmara Municipal, facilitando os atos do executivo e dando mais vida ao controvertido mandato de Magalhães, possibilitando a reeleição do prefeito, ou, dependendo da circunstância, ser o próprio candidato a prefeito, afinal, não é de hoje de criador e criatura se desentendem no mundo político. O problema maior, será apenas controlar as tensões do grupo de apoio que está ao seu entorno.