São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo confirmou, nesta terça-feira (18), que Maicol Sales dos Santos, vizinho da vítima, confessou o assassinato da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos. Segundo o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), o suspeito afirmou ter cometido o crime sozinho.
A Justiça já havia decretado sua prisão temporária por 30 dias no dia 8 de março. A defesa do suspeito ainda não se manifestou.
Confissão e Provas Reunidas
De acordo com as investigações, Maicol vinha perseguindo Vitória antes de sequestrá-la. “Não há dúvidas de que ele praticou o crime sozinho. Temos provas que sustentam essa versão e, além disso, ele confessou o crime na noite de segunda-feira (17). Fica muito claro que ele era obcecado pela vítima”, declarou o delegado Luiz Carlos do Carmo.
Ainda segundo a Polícia Civil, outras pessoas chegaram a ser investigadas por possíveis conexões com a vítima, mas não há indícios de envolvimento direto no crime. Os celulares apreendidos no decorrer das investigações serão devolvidos.
Detalhes do Crime
O laudo pericial confirmou que Vitória foi morta por golpes de faca, resultando em hemorragia traumática. Não foram encontrados indícios de violência sexual. A jovem desapareceu no dia 27 de fevereiro e seu corpo foi localizado em 5 de março, a aproximadamente cinco quilômetros de sua residência, em Cajamar, na Grande São Paulo.
Testemunhas afirmam ter visto Maicol no local do crime no momento do sequestro. Dentro do carro do suspeito, foi identificada a presença de uma pessoa encapuzada. A polícia também rastreou a compra de um capuz semelhante feita pelo suspeito por meio de um site de comércio eletrônico.
Premeditação do Crime
As investigações indicam que Maicol monitorava a vítima desde setembro de 2024. No domingo (16), o programa Fantástico, da TV Globo, exibiu trechos de um relatório da perícia que detalhava os últimos momentos de Vitória e apontava sinais de premeditação.
No dia do desaparecimento, o suspeito teria visualizado uma postagem da jovem em um ponto de ônibus às 0h06. Além disso, a polícia encontrou no celular de Maicol uma coleção de imagens de Vitória e de outras mulheres com características físicas semelhantes, além de fotos de facas e de um revólver. Os investigadores acreditam que ele pode ter usado uma dessas armas para intimidar a vítima e obrigá-la a entrar no carro sem resistência.
Evidências contra o suspeito
Maicol era o proprietário de um Toyota Corolla identificado na cena do crime. Exames periciais revelaram vestígios de sangue no porta-malas do veículo, material que foi encaminhado para análise de DNA. “Tudo indica que o sangue pode ser da vítima”, afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo.
Outro ponto que levantou suspeitas foi o conhecimento prévio do suspeito sobre a rotina de Vitória. Maicol sabia que o carro do pai da jovem estava quebrado, o que dificultaria sua locomoção e poderia ter facilitado a abordagem.
A contradição em seu depoimento também contribuiu para reforçar sua participação no crime. O suspeito afirmou ter ado a noite do crime em casa com a esposa, mas a mulher desmentiu sua versão, alegando que dormiu na casa da mãe e não esteve com ele naquela noite.
*Fonte Folha Vitória
