O Vaticano confirmou, na manhã desta segunda-feira (21), a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O pontífice sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de um quadro grave de insuficiência cardíaca, que culminou em um colapso cardiocirculatório irreversível às 7h35 (horário local; 2h35 em Brasília). A causa da morte foi atestada por um eletrocardiograma e confirmada pelo médico Andrea Arcangeli, diretor do Departamento de Saúde e Higiene da Cidade do Vaticano.
De acordo com o boletim médico, o estado de saúde do Papa se agravou nas últimas horas devido a pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo 2, condições crônicas que complicaram o AVC e levaram à perda irreversível das funções vitais.
Um pontificado marcado pela humildade e reformas
Eleito em março de 2013, Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a assumir o comando da Igreja Católica. De origem argentina, seu nome pontifício homenageia São Francisco de Assis, símbolo da simplicidade e da compaixão pelos pobres valores que nortearam toda a sua trajetória no Vaticano.
Desde o início do seu pontificado, Francisco se destacou por uma postura de aproximação com os fiéis e por uma agenda reformista dentro da Igreja. Reduziu protocolos, enfrentou temas espinhosos, abriu espaço para discussões sobre a modernização da instituição e defendeu de forma enfática os direitos dos mais vulneráveis, promovendo uma visão mais inclusiva e acolhedora do catolicismo.
Um papa próximo dos pobres e dos marginalizados
“Sua vida inteira foi dedicada ao serviço do Senhor e à sua casa”, afirmou o camerlengo da Santa Sé, em declaração oficial. “Nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universais, em modo particular a favor dos mais pobres e marginalizados”, completou. Já o cardeal Kevin Farrell, ao anunciar a morte do pontífice, declarou: “Com profunda dor, devo anunciar a morte do nosso Santo Padre sco. O Bispo de Roma voltou à casa do Pai”.
Ao longo dos anos, Francisco foi uma voz ativa em defesa da justiça social, da paz e do meio ambiente. Encíclicas como Laudato Si’ e Fratelli Tutti reafirmaram sua preocupação com a crise ecológica, a desigualdade global e a necessidade de fraternidade entre os povos.
Luto e legado
A morte de Francisco marca o fim de uma era de significativas transformações na Igreja Católica. Reverenciado por milhões ao redor do mundo, ele será lembrado por seu estilo pastoral, sua linguagem ível, e por ter levado o papado para mais perto das realidades humanas, especialmente das periferias sociais e existenciais.
O Vaticano deve divulgar em breve os detalhes sobre o velório e o funeral do pontífice, que será sepultado no Vaticano, conforme tradição da Santa Sé.