O prefeito de Guarapari, Edson Magalhães, ao final de seu segundo mandato – após oito anos de gestão – concentrou grande esforço na criação de um ambicioso projeto chamado “Nueva Buenos Aires”. Trata-se de uma bela região rural do município, onde foram investidos significativos recursos públicos e privados para transformar a área em um destino de turismo de montanha, inspirado em cidades como Gramado.
Problemas críticos. Embora a iniciativa tenha seu mérito, o custo para a cidade como um todo é motivo de reflexão. Enquanto a chamada “Avenida dos Apaixonados” era construída em Buenos Aires, a região urbana de Guarapari enfrentava problemas críticos: ruas alagadas e esburacadas, falta de medicamentos, ausência de médicos em postos de saúde e até carência de fraldas nos serviços públicos.

Valeu a pena?. A pergunta que fica é: valeu a pena? Teria sido justo desequilibrar a balança em favor de um único projeto enquanto outras áreas do município permaneceram negligenciadas? Segundo o jornal A Gazeta, mais de R$16 milhões de reais já foram destinados às obras na região de Buenos Aires (Somando todos os contratos firmados pela prefeitura para as obras, o valor chega a R$ 16.948,385,80.) E pode ser mais?. E o restante da cidade, como fica? Sem mencionar os diversos outros contratos relacionados ao projeto.
Ao que parece, essa gestão que se despede, priorizou sonhos pessoais em detrimento do bem-estar coletivo. Parece um projeto que beneficia uma minoria, enquanto a maior parte da população permaneceu desassistida. O legado que ele deixa é o de uma cidade cheia de carências essenciais, resultado de escolhas políticas que ignoraram as reais necessidades dos cidadãos.
Agora, cabe ao prefeito eleito, Rodrigo Borges, lidar com as consequências dessa gestão desequilibrada e recuperar o básico para a população: saúde, infraestrutura e dignidade. A tarefa será árdua, mas não menos urgente.